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A escolha de Sofia

março 25, 2020

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São Paulo, 25 de março de 2020.

Faço questão de datar este post para além da informação natural do blog.

Faço porque este texto pode parecer absurdo na atual conjuntura pré-pico de casos de Covid-19 no Brasil, mas que confrontará uma absurda quantidade de hipocrisia que se seguirá em seis ou sete meses desta data.

Muito já se falou sobre SARS, Covid, H1N1 e muito já se tratou sobre todas essas novas enfermidades. Mas pouco se compreendeu de fato. O ambiente lacrosférico do mundo atual nos impede de mais uma vez recorrer à razão, e o alarmismo constante dessas últimas duas décadas está prestes a nos atrapalhar mais do que o sonhado por essa nova classe de intelectuais que domina a maioria dos canais de (des)informação à qual a população tem acesso.

Para tanto, tentarei ser mais didático e lançar apenas algumas perspectivas realmente alarmistas, a ponto de desapontar muita gente que imagina pensar por conta, mas que na verdade se deixa levar um pouco por orgulho próprio, um pouco pela falta de buscar diferentes versões e interpretações para uma mesma notícia, discurso ou comportamento de quem quer que seja. Ou (este tipo nem valeria comentar) faz parte dos que tem ideologia própria.

Felizmente toda notícia guarda uma história e toda história vai para um arquivo de onde regularmente sai para nos provar que o mundo se hipocritiza mais à medida que os anos passam. Talvez seja falta de vitamina D, mas dêmos sequência ao texto.

Há arquivo para todos os gostos. Médico que hoje se contradiz, jornalista que acha idiotice parar a economia por causa de uma gripe, ONU que nunca fez alarde a respeito de quarentena, realmente uma festa. E se vamos falar de H1N1 (2009), vamos posicionar também os personagens similares aos que hoje estão no comando, veja só que engraçado: Barack Obama(Donald Trump), Lula (Bolsonaro), Matteo Renzi(Giuseppe Conte) – estes últimos italianos, para melhor entendimento. Óbvio que é desnecessário citar a China, uma vez que o partido é o mesmo e a decisões são similares mesmo com 10 anos de diferença, pois são os mesmos barões lá.

Pense o seguinte: o status-quo está garantido. Assembléias não sofrem interferência em suas negociatas, o discurso é compatível com o que a ideologia quer, o dinheiro continua rolando pra todos os lados, a concessão de TV continua garantindo contratos de patrocínio milionários (bilionários se você pegar uma quantidade de anos), todo mundo satisfeito e o brasileiro que daqui a 10 anos (2019) vai ficar cada vez mais pobre se nada mudar e mais ignorante (no sentido de falta de inteligência e poder de análise próprio) e mais acomodado com o destino que lhe foi imposto.

É nesse momento – e eu vou tentar ser bem sucinto com relação a isso – que há uma reviravolta e o brasileiro percebe que só ele está ficando mais pobre e ignorante e reage. Acabam-se as negociatas na assembléia, o dinheiro pára de rolar para todos os lados, a concessão de TV tem que vender sua grade para compensar a perda de receita da propaganda das estatais (aí eu te pergunto: porque a Petrobrás precisa de propaganda, você não sabe onde tem um posto de gasolina?), e as pouquíssimas pessoas que estavam absolutamente satisfeitas com o status-quo agora já não estão mais. Não é leviano portanto, dizer que este grupo (pra facilitar a conta) vai querer retomar a vida boa de outrora, certo? E como se faz isso? Simples. Elimine a peça que está atrapalhando e coloque outra peça que os ponha de volta no lugar. Simples assim.

Por outro lado, temos a nova situação. Herdada por um conjunto de fatores que ajudaram em muito a sua eleição (facada, discurso forte, equipe econômica competente, promessa de quebra de paradigma, etc.), a verdade é que chegou com um apetite enorme de acertar e com o mesmo apetite em aparecer. Há que se cobrar estadismo, mas vejamos: Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer… de quem vamos cobrar estadismo? Cada um com seu escândalo, cada um com seus enfrentamentos.

Bem, uma vez posicionados vamos aos fatos. Sim, aos fatos. É difícil julgar números quando temos íntima relação com os afetados. Mas estamos olhando sem a razão e apenas com a emoção tão bem difundida por aí afora. Procure pelo último vídeo do eterno candidato do Ceará pedindo resguardo da tão sofrida população do Estado que ele nunca fez nada para melhorar, e se comova também. Mas vá mais longe. Vá no video de 2014 onde ele não responde à sofrida contribuinte do mesmo Ceará sobre a construção de hospitais e lhe dá as costas. É realmente comovente. Aí você – mestre na arte de analisar as pessoas e os fatos pensa: “Nossa, que cara de pau! Mas porque ele se comporta dessa maneira?” Você consegue se responder? Então te faço um pedido: Refaça essa análise agora com toda a mídia que eu citei ali em cima e veja se há algum sentido? E aquele médico, que aparece todo domingo pra você defendendo de alguma forma os mais oprimidos, os necessitados, um bom coração o dele, não? Mas porque tratar a H1N1 lá atrás como uma gripezinha ou um resfriadozinho? O que mudou? O governante lá atrás era mais legal e mais bonito, então todo mundo podia sair na rua porque não iria dar nada?

Nosso problema está apenas na busca pelo estadista, aquele governante sério e extremamente inteligente que sabe se comportar, sabe debater (em outras línguas também), sabe se posicionar, tem a diplomacia em dia…mas você não votou nele. Ou não quis votar nele em detrimento a outro pior ainda, ou quis votar no pior sem saber que também nada mudaria e talvez hoje nem quarentena tivéssemos, pois ele estaria tratando a gripezinha da mesma forma que o eterno presidente tratou dez anos atrás, pense bem.

Agora veja a triste realidade vindoura (a partir de agosto, no máximo):

– Iniciamos o ano devendo 130 bilhões de reais;
– Iniciamos o ano com 10 milhões de desempregados;
– Iniciamos o ano 4x mais desfavorecidos ao dólar;
– Iniciamos o ano prevendo um PIB 2% maior;
– Iniciamos o ano aprovando um gasto de 2 bilhões em propaganda eleitoral;
– Terminamos 2019 com um reajuste inflacionário de 7% ao ano.

Te passo outra conta:

Dos 130 bilhões de déficit. O governo (ou seja: você) já deve 70 bilhões a menos que no ano passado. Parece bom, não? Em uma economia voltando ao normal podemos chegar a 70 bilhões de déficit em 2020, podemos até zerar em 2021!!!! Que lindo!

Só que esse dinheiro entra na conta do governo de algumas maneiras, e eu vou repetir uma frase na frente de cada uma delas, pra você entender o porquê eu datei esse texto lá no começo. Vamos lá:

– Imposto de importações [Covid-19 – em quarentena, o mundo não produz pra exportar];
– Imposto de exportações [Covid-19 – em quarentena, o Brasil não produz pra exportar];
– Imposto sobre serviços [Covid-19 – em quarentena, o Brasil não realiza eventos];
– Imposto de Renda [Covid-19 – em quarentena, várias empresas não produzem, não vendem, demitem funcionários, que não declaram IR e portanto, não têm o que recolher];
– DAS (Simples, pequenas e médias empresas) [Covid-19 – o mesmo que acima, só que por ter um nível de faturamento mais baixo, não conseguem se segurar por muito tempo];
– IPI – [Covid-19 – em quarentena, o Brasil não produz. Não pode ir para a fábrica trabalhar ao lado do colega]
poderia ir mais adiante, tem mais ainda mas acho que já ta bem claro o que vai acontecer quando saírmos da toca (98% de nós, infelizmente) e ver que talvez sejamos a partir daí 78% de nós na mão de um governo que ‘resolvemos não gostar’ para salvar nossa pele.

Temos um representante no executivo nacional que é totalmente despreparado para o trabalho? Temos, concordo.

Somos manipulados e muitas vezes não nos damos conta disso? Sim, somos.

Ele estaria certo em entrar na campanha ‘Fiquem todos em casa’? Não, não está.

Ele está preocupado com seu índice de aprovação ao final do ano, com 40 milhões de desempregados? Sim, está.

Qual deveria ser o tema do debate agora? Pergunto pra você que está em casa, parado igual a economia que você irá xingar em 3 meses, se fazer de coitado – mas com as séries e filmes em dia – o que devemos fazer? Destruir nossas panelas na janela? Ou fomentar o debate? Ou procurar os famosos especialistas e buscar alternativas? Ou só chorar no sofá?

Você já pensou nas formas de contágio? Já te disseram como evitar? Já ouviu falar em higienização? Você consegue lavar as mãos em casa quantas vezes? E no trabalho, quantas? Já se fez essas perguntas – que você fará quando sua vaga de trabalho estiver correndo o iminente risco de não existir mais?

Aqui vai minha contribuição:

– Se puder ir trabalhar de carro, vá
– Se puder ter um frasco de alcool gel em casa, no trabalho, no carro, tenha.
– Se puder evitar contato a menos de 2 metros de distância de um colega ou mesmo na rua, evite. Cumprimentar nem é necessário comentar. Telefone próprio e computador da empresa não pegam doença. E sendo só seu, basta higienizar todo dia.
– Você tem 14 dias de assintomático até descobrir-se infectado. Ou até fazer um teste e descobrir. É possível tomar cuidado para não se infectar e para não te infectarem. O vírus entra nas mucosas (olhos, nariz e boca). Se tiver dúvidas se tocou em algo infectado, lave a mão. Se essas partes estiverem coçando, mesmo que tenha certeza que sua mão está limpa, lave de novo.
– Desinfecte tudo que você tocar em seu trabalho. Maçanetas de porta, trincos de janela – coisas que outros tocam, lave a mão.
– Voltou pra casa, sapato na porta e lave a mão e o rosto. Se possível tome um banho e ponha a roupa pra lavar. Não cumprimente ninguém antes de fazer isso.
– O aplicativo entregou suas compras de supermercado? Higienize!
– Não visite pessoas com mais de 60 anos, ou recém-nascidos (estes, nem sem epidemia deveriam ter nossa atenção até os 3 meses ao menos)

Digamos que você esteja nesse grupo acima. E que sejamos 50% do que a economia precisa para não parar. Já é um bom caminho para evitar que muitos morram de fome.

Agora, minha contribuição ao governo:

– Desenvolvam testes rápidos o quanto antes, e barateiem a produção. Distribuam o mais rápido possível em farmácias também. Para que assintomáticos possam mesmo exagerar e fazer o exame 3x em 14 dias se for o caso. E caso estejam infectados – AÍ SIM – ficarem em quarentena.

Sei que muitos não vão compreender essas linhas agora. Talvez o mundo (menos o Japão, que já tem muitos na rua) estejam certos, talvez eu esteja errado em me preocupar com tanta gente que é essencial presencialmente ao trabalho perder o emprego e só recuperar 1 ou 2 anos depois, mas não quero ter esse arrependimento. Covid não é Ebola. Assim como nós não somos (e está provado) higiênicos. Mas é mais fácil aprender a lavar a mão.

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Mais amor, por favor.

março 15, 2019

snzwpMuita gente sabe meu sentimento com relação à Nova Zelândia. Sou ‘embaixador’ desde que voltei e nunca escondi minha paixão por aquela terra e sua gente.

Creio que tem um monte de pessoas que me seguem aguardando algumas palavras a respeito. E aqui, eu encontrei uma oportunidade muito grande de discutir um outro problema: o mimimie a evolução da sociedade mundial.

Sempre fui de pensar muito antes de escrever qualquer coisa, me manifestar com relação a algo, ponderar tranquilamente e vislumbrar debates que poderia ocasionar. E mesmo assim (meus amigos mais íntimos podem confirmar) já falei muita besteira.

Nestas minhas ponderações, imaginei manifestar-me com relação ao assunto: um país a mais de 10 mil milhas distante de casa, pessoas que não vivem meu dia a dia e nem eu vivo o dia dia delas (embora me esforce para fazê-lo). Logo imaginei o mimimi em minha timeline: “não vai falar nada da tragédia em Suzano?” ou “e Brumadinho, como fica?” ou talvez “e a chuva em São Paulo, nada?”…

É claro que cada uma destas tragédias traz o melhor de nós – caso você não seja um filho da puta egocêntrico supremacista nojento – e é claro que me peguei imensamente chateado por tudo isso.

Mas esse texto pode provar como será a sociedade no futuro. A evolução do NÓS vs ELES, a segregação do branco classe média baixa b2 versus o descendente de 8o grau centro-africano da etnia iorubá versus x pessoax do sexo x antigo sexo XY menx womanx e tal, todos no mesmo balaio, todos com 2 pernas, 2 braços, homo sapiens, com a mesma capacidade de integração, porém a mesma vontade de separação. Falta-nos enxergar a involução humana nos últimos 70 anos, dos baby boomers aos milennials, passando pela turma X, Y, Z e agora a mais mimizenta de todas – aquela que luta a luta de uma muito específica parte da população mundial em detrimento a todo o resto.

Por essas e por outras, hoje eu não posso externar meu descontentamento com alguns idiotas (esses bem generalizados, pois tem no mundo todo: na Síria, na Rocinha, na Nova Zelândia, no Texas e em Suzano) que optaram por tirar a vida de alguém só porque no cerebrozinho segregado deles, só o que eles acreditam é que é bom, válido e dá direito a vida. Ou porquê são loucos mesmo e ninguém os percebe.

Perceberam o que eu fiz?

A luta deve ser de todos, quando você impôe força à minorias cada vez mais segregadas pela ‘nova sociedade mundial’, você não está ajudando a uma minoria específica. Parece bonito, mas lá na frente tem uma outra minoria disposta a ir além do diálogo pra se impor sobre a sua luta.

E infelizmente, só tem um futuro: o ódio e a guerra.

Em tempo: Kia Kaha, Aotearoa!

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Um novo e necessário patamar

outubro 5, 2018

brazil

Me recordo de estar aqui neste momento pré-eleições a 4 anos. Poderia, mas não vou pesquisar o que escrevi. Lembro perfeitamente ter mencionado que uma vitória petista faria avançarmos muito levemente ou mesmo estagnarmos o crescimento. Ali não sabia e nem havia indícios de pedaladas e de que a Polícia Federal teria forças para executar o trabalho brilhante que tem feito na operação lava-jato. A certeza de que a polarização executada pelo PT e chancelada por todos os outros partidos de esquerda, essa sim já era previsível. O imprevisível está aí: a consequência em vias de levar direto no primeiro turno.

Essa introdução foi necessária para que a melhor conclusão sobre o tema que vou discorrer apareça. E não faltarão fatores e variáveis que explicavelmente atrapalhem tanto a evolução deste país.

O grande fato histórico hoje, não é a falta de credibilidade do governo, a ameaça da farra do orçamento, a polarização do povo. O grande fato histórico hoje, é a mudança de patamar do Brasil na história.

Um breve resumo do que fomos até agora, com algumas pontuações: uma descoberta econômica das grandes navegações do império português, que por um breve período de tempo não tinha quaisquer intenções por aqui. Precisou de meio século para iniciar um desenvolvimento discreto e quando finalmente o fez, dividiu o país em regiões e implantou a primeira côrte. Desenvolvimento mesmo veio quando o país assumiu a sede deste mesmo império, porém o erro em dividir as regiões e as novas questões sociais que apareciam alimentavam revoltas que duraram por mais um século e culminaram com o golpe republicano (feito por essa mesma côrte). A república (merece ser tratada em minúsculas mesmo) foi uma festa dos poucos que chegavam lá – utilizando-se de um círculo vicioso nefasto – e se mantém lá até hoje. Novamente questões sociais progressistas trouxeram uma nova classe – atrasadíssima em duzentos anos pelo menos – que foi a trabalhadora. E esta, através de um recrutamento feito nas esferas educacionais chegou (e se manteve) no poder, com a mesma capacidade portuguesa de 500 anos atrás: sem saber o que fazer.

Cada um desses elementos históricos estão presentes hoje neste resumo e nas nossas discussões intermináveis, como agentes históricos. As variáveis, são as ondas progressistas bancadas pelas revoluções sociais (inconfidência, abolicionismo, causa operária, facebook) assim como as ondas conservadoras são bancadas pela manutenção ou memória de um estado mais antigo de coisas (capitanismo hereditário, escravatura, capital).

Não há que negar a fibra moral de nenhum dos lados, mas neste período de nossa curta história já existem personagens que trocaram o poder pela moral. Estes então – e é aí que você deve atentar – vão fazer discursos vazios com muito sentido, mas sem nenhuma capacidade de resolução, ou simplesmente irão tentar iludir você para dar continuidade no poder.

Aqui é que entra a mudança de patamar. Enquanto continuarmos imaginando que a opção é o elemento histórico A ou o elemento histórico B, nada do que qualquer um deles propuser será conquistado.

Por isso esta eleição tornou-se a mais importante de todas. Talvez insistamos mais 4 anos no estado atual das coisas – sem sentido nem objetivo – ou talvez acreditemos que o sistema faliu e que necessitamos de algo novo, fora do padrão e para destruir o padrão que insiste em se formar no Brasil desde o descobrimento.

Falta pra muita gente esse esclarecimento de idéias para que possamos dar um pulo histórico e evoluirmos como população.

Uma pena.

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Adeus, front.

setembro 26, 2017

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Keystone/Hulton Archive/Getty Images

Por anos, acreditei (e ainda acredito) na interminável batalha contra o populismo barato, o programa social pra (destacar) poucos, o continuísmo insalubre e a nefasta propagação do “nós contra eles” do famoso “destruir para conquistar”. Fui um soldado sempre pronto a levar alguma luz a quem necessitava, a discórdia ao pensamento sedentário e cheio de caviar com rapadura que nos vem sendo imposto goela abaixo desde que a esperança (de um déspota) venceu o medo (de todos nós).

Continuarei ao largo do debate enfrentando sempre o malfadado e chato politicamente-extremamente-correto, que nos obriga a pensar, a seguir determinada linha, a sempre acreditar no herói de cada hora e sua pureza a nível planetário.

Serei sempre contra a segregação da raça-humana e sua divisão em centenas de níveis dos mais variados tipos e estilos, que enchem o mundo de minorias. O que nos separa é apenas a maneira que o corpo se desenvolve. Fora isso, um nariz, duas orelhas, dois braços, duas pernas, um braço, uma perna, sem braços e com pernas, seja o que for: ninguém é refém da situação de ninguém, seja ela apresentada ou escolhida. E a solidariedade vem do íntimo de cada um, querer ou não querer ajudar é algo absolutamente individual e não será nunca um(a) oportunista num terno e gravata ou numa echarpe de seda, ou numa camiseta de algodão escrito ONG x, y ou z que irá me obrigar ou desobrigar a fazer a respeito.

Hoje deixo a luta por uma simples necessidade de abraçar o egoísmo individual. Preciso de foco, disciplina, força e uma canalizada fé para me desenvolver pessoal e profissionalmente, acordando o intelecto já adormecido a algum tempo.

Já infelizmente não há mais espaço para absorver o mundo real e a quantidade de informações que precisarei absorver nos anos que vêm pela frente.

Vez ou outra, qual seja minha revolta com algum assunto talvez escreva por aqui.

Continuarei torcendo pelo estado de Direito e por uma melhor representatividade política. E caso venha uma administração de esquerda, que não seja feita apenas pelo projeto de poder de uns poucos, mas pela real melhoria social neste país. Que o Estado seja cada vez menor na economia, e que possamos rapidamente alcançar a era do iluminismo sul-americano, onde o brasileiro possa ser livre para desenvolver sua capacidade ao máximo, sem prestar contas políticas a ninguém.

Desejo a você que irá continuar na boa batalha, que traga sempre esclarecimento a quem coloca a ideologia acima de tudo e de todos, a quem idolatra déspotas em vez de lutar por um consciente coletivo mais uniformizado, a quem pouco acredita em si mesmo(a) a ponto de achar que um voto é apenas um voto.

Nos vemos em breve.

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09/11 // 11/09 ? – O que esperar de Trump?

novembro 9, 2016

O mundo acordou com uma notícia no mínimo inesperada hoje. Depois de alguns anos – 12 para ser exato – o americano refez a besteira de votar em alguém sem um mínimo de condições para governar a maior potência mundial.

Mas em todo desastre, existem pessoas que preferem enxergá-lo em detrimento às oportunidades que podem surgir destes quatro anos. Mas antes, vamos entender alguns porquês do que aconteceu e tentar traçar um paralelo (sim, existe um paralelo) com o Brasil.

Em primeiro lugar, precisamos entender que quem vota é o povo. E este, vota de três maneiras: com a razão, com a raiva, ou com a ideologia. Com a razão quando ele analisa friamente as propostas e vota com as que mais lhe agradam (ou menos lhe desagradam). Com a raiva quando ele está cansado da mesmice e aí a alternância de poder vem como um tsunami e surpreende a todos. E com a ideologia, quando mesmo que o candidato seja uma pessoa desonesta, cercada de pessoas desonestas, o que importa é apenas a ideologia partidária.

Neste último ano o povo americano percebeu que muitas das decisões tomadas pelo governo democrata foram consideradas errôneas. A mídia americana ajudou e atrapalhou dando valores diferentes a diferentes maneiras de lidar com os problemas do país. Ela foi condescendente com a ascensão da mídia social como forma de propaganda política e foi extremamente dura com programas sociais que ficaram longe de dar certo.

O fato do último presidente governar sem a maioria ajudou bastante a passar ao povo americano – que hoje elege Trump – certa incompetência do presidente Obama em lidar com muitas coisas. Pra dificultar ainda mais, Hillary acabou sendo julgada pela falta de inteligência e excesso de “comando” quando secretária de Estado.

Hoje caímos na maravilha da democracia onde um voto é apenas um voto, e tem o peso de um voto tanto pra garçonete de um bar de beira de estrada quanto pra um bilionário bufão que desconfia até da própria esposa (imigrante). E os que acham isso maravilhoso, concordam e pedem que qualquer cargo público seja precedido de concurso pra aferir a inteligência do candidato a seu representante.

Então percebemos que a democracia grega já está bem velhinha, e já não tem mais nada de racional por completo. Mas esse é um papo que fica pra depois, junto com aquele onde a polarização política mundial não deve mais ser encarada como direita/esquerda.

Em segundo lugar, precisamos realmente saber se ele irá cumprir as escandalosas promessas feitas em campanha. Um muro na fronteira sul? Fácil! Fazer o México pagar por isso? Bem difícil. Teria que ter até a OTAN forçando a barra pra ver isso acontecer. A imigração sim, e até mesmo o turismo irá sofrer sanções – ao menos para o terceiro mundo.

Aqui é que abrem-se as oportunidades comerciais. O Brasil está babando por dinheiro vindo do comércio exterior. O México é uma ótima pedida, assim como outros países que terão problemas com barreiras comerciais americanas. Mas Trump não é político, e a não ser que seja profundamente aberto à decisões de seus secretários, irá destruir uma a uma as relações comerciais dos EUA com o mundo. A China é outro alvo a ser explorado pelas Relações Exteriores do Brasil. E talvez seja a melhor opção para quitarmos nosso déficit primário e voltarmos a crescer.

A parte ruim mesmo é a que hoje a industria bélica americana comemora. Voltamos a ter um barril de pólvora sentado na Casa Branca, assim como qualquer célula terrorista no mundo volta a ter um alvo que além do poder, tem a vontade de retribuir qualquer gentileza armamentista.

Preconceitos e xenofobia à parte, no restante é necessário ver como a indústria, o comércio, os serviços, os bancos e o real state americano vão se comportar nesses próximos quatro anos.

Teria sido desejável que a saída do progressismo americano desse lugar ao liberalismo econômico republicano através de um representante mais centrado. Mas aí estaríamos pedindo o que o mundo inteiro já não pede mais: o continuísmo do político profissional.

No mais, é esperar que Trump seja Trump: traindo a confiança dos que lhe votaram não cumprindo metade das ameaças feitas.

Caso contrário o mundo – assim como em setembro de 2011 – jamais será o mesmo.

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Em briga de errados…

abril 20, 2016

Se você chegou até esse texto, e não é capaz de fazer a menor distinção histórica a respeito de movimento revolucionário, carreira militar, certo ou errado e acha que história é apenas uma aula chata na escola – peço por favor que interrompa a leitura e aguarde a próxima postagem.

Também no caso de você achar que meu comparativo é justificativo – coisa que não é – das ações apenas de um lado, sinto avisar que você talvez tenha caído em uma armadilha à qual até o fim desse texto pretendo escapar.

Portanto, sigamos.

Dia 17 de abril de 2016 foi mais um dia a ser gravado nas páginas históricas desse país de pouco mais de 500 anos. Todos sabem os fatos, mas alguns não imaginavam o circo que foi uma simples votação de dez segundos. O que é muito bom – como vários já analisaram nas redes e nas colunas políticas dos jornais e revistas.

Sinto que cada vez mais se justifica uma imediata reforma política com o intuito de diminuir tanto o número de partidos como o de parlamentares. Mas este, também não é o intuito desse texto.

Apenas para contextualizar resumidamente, o foco está em dois discursos e em três ações: o discurso inescrupuloso de um parlamentar de tendência conservadora e o discurso e ações de outro parlamentar de tendência comunista.

Para mim, a armadilha está em um buraco negro enorme que muitas pessoas estão caindo – e pretendo entrar nesse contexto em futuro próximo: o “Coitadismo”.

Mas não tente fazer contas complexas ou análises profundas apenas com o termo. Nós talvez não chegaremos em um mesmo lugar.

A História do Brasil é repleta de interpretações – quanto mais distante das gerações vivas, maior a tendência ao erro. É como achar que D. Pedro estava mesmo com a espada erguida em cima de um cavalo branco bradando “Independência ou Morte”.

Contextualizemos:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jair_Bolsonaro

De um lado, temos um militar de carreira. Capitão da Reserva do Exército Brasileiro. De personalidade forte, é da geração que passou pelo período militar em idade adulta, parlamentar desde 1990 (considero âmbito federal). Como militar, conhece a disciplina e a força de comando. Frequentemente faz alusão a comandantes do Exército já falecidos ou aposentados. (minha opinião) Tem grande dificuldade em encarar contextos onde filosofia e psicologia abrangem um sem número de teorias e ações, como por exemplo o “politicamente correto”. Emite comentários muitas vezes ofensivos em direção a alvos específicos da política nacional. É a favor de privatizações.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Wyllys

De outro lado, temos um professor com mestrado em Jornalismo pela UFBA, tendo atuado como professor e participado em reality show de emissora de grande porte. É da geração pós período militar. Considera-se um socialista e frequentemente faz alusão a Ernesto Che Guevara e tem posicionamento radical em assuntos polêmicos como racismo, sexismo, feminismo. (minha opinião) Tem grande dificuldade em encarar contextos onde disciplina e ordem são necessários. Emite comentários muitas vezes ofensivos em direção a alvos específicos da política nacional. É a favor de mais Estado na economia.
Feita essa contextualização, prossigamos.

Estamos em pleno século XXI. Muitos assuntos dos quais hoje a nossa sociedade é capaz de tratar, até 30 ou 40 anos atrás eram impossíveis de entrarem na pauta e serem debatidos com absoluta inteligência. Muitos deles ainda o são. O que temos de debate para enfrentar – de acordo com mais essa “cisão” provocada por ambos parlamentares, talvez seja a qualidade das revoluções que enfrentaríamos caso qualquer um dos dois simplesmente fossem eleitos como a solução do país. Ou talvez seus heróis.

Por isso, antes de emitir qualquer atestado de ‘mais idoneidade’ ou ‘menos idoneidade’, veja que você está lidando com duas pessoas que de uma maneira ou de outra só ocupam aquele lugar com a intenção de REPRESENTAR os seus anseios e desejos. Não é o deputado que espelha os anseios dele na população, mas o contrário. Senão, é impossível citar a palavra DEMOCRACIA.

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Começar do zero

abril 1, 2016

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As ruas pós impeachment

Algo que não programei para esse espaço é a cronologia dos posts e dos fatos. Muitas vezes a história merece um capítulo do passado ou como esse, futurístico.

Tampouco estou garantido pelo sucesso do movimento para remover do poder esses que aí estão. Então, guardadas as devidas vênias proponho um exercício à continuidade da limpeza que a Operação Lava Jato está proporcionando.

Em razão do excelente trabalho feito pela sociedade brasileira, o projeto Dez Medidas Contra a Corrupção assinado por mais de 2 milhões de pessoas e entregue recentemente no Congresso Nacional para ser aclamado como projeto de lei, é necessário pensar outras necessidades que todos nós temos e uma vez representados, deveremos fazer passar como ordenações constitucionais. Desde já me perdoem caso alguma proposição abaixo apareça de maneira redundante.

É claro que estas medidas têm por base um sistema de governo capitalista e liberal, com o intuito de arrecadar impostos que garantam os serviços básicos estatizados e o investimento em políticas sociais sérias e com propósito único de desenvolvimento da população.

Novamente, os tópicos não seguem ordem cronológica:

– Fim da Contribuição Sindical obrigatória – Sindicatos que sobreviverem a uma reforma sindical só poderão recolher contribuições mediante associação do trabalhador.
– Ministérios serão compostos apenas por cargos técnicos. O alto escalão deverá ter nomeações apenas de funcionários de carreira, e o nepotismo será proibido.
– Proibição de ensino ideológico em universidades. O professor deverá passar por um controle rígido no momento de sua contratação e sob qualquer denúncia de apologia a qualquer tipo de ideologia o docente será afastado preventivamente até o final da investigação.
– Desfiliação de legenda por crime eleitoral. Elaborar um conjunto de medidas contra o estelionato eleitoral, contra o fisiologismo da máquina pública (quando do partido utilizar desta para promoção), entre outros crimes previstos pelo conjunto de normativas estipuladas pelo TSE.
– Maximização de motivos para improbidade administrativa. Considerando os diversos subterfúgios predispostos pelo conjunto de leis tributárias que regem esse caput, simplificar a lei para que sob nenhuma hipótese o administrador mór do governo (presidente) possa usar de medidas para escapar de punições.
– Fim do nepotismo político. Assim que uma pessoa entrar para o serviço público em um dos três poderes, nenhum parente de primeiro grau poderá exercer cargo público em nenhuma esfera. O mesmo deverá renunciar ao cargo ou pedir dispensa pelo período em que seu parente estiver em exercício.
– Fim do repasse de valores para movimentos sociais. A receita para esses movimentos deve vir de doações legais de pessoas jurídicas e não mais de qualquer representante do poder executivo – municipal, estadual ou federal.
– Definição de tempo para recebimento do Bolsa Família para 5 anos. Criação de política de desenvolvimento urbano ou rural para regiões de distribuição do programa bolsa família (cursos técnicos, faculdades, isenção de impostos para empresas que se estabeleçam nesses polos de desenvolvimento. Pagamento de 1 salário mínimo por família e isenção de pagamento de transporte para deslocamento a esses cursos). Permissibilidade de recebimento do bolsa família em conjunto com salário, garantido efetivamente pelos 5 anos. Bolsa família não é um direito, é um serviço público.
– Fim da proibição de jogos de azar e isenção de impostos para empresas que se estabeleçam em polos de desenvolvimento. A isenção será válida por 15 anos.
– Fim da divisão tributária pelo governo federal. Em período máximo de 20 anos, todo imposto gerado por determinada região (menos os valores utilizados para pagamento do funcionalismo público e previdência social) deverão permanecer nos Estados geradores.
– Reforma Sindical: os inúmeros Sindicatos existentes deverão ser incorporados ao mesmo número de Ministérios e sua atuação deve ser atrelada a estes e ao Ministério do Trabalho.
– Privatização de todos os serviços que não a administração fiscal, educação, saúde, segurança e forças armadas. O Brasil terá apenas como instituição financeira de atividade pública o Banco Central do Brasil, e as negociações econômicas devem partir do mesmo.
– Criação de um Serviço de Inteligência da Polícia Federal independente de todos os poderes (executivo, legislativo e judiciário), com administração feita por aclamação via carreira. Este serviço terá receita oriunda de porcentagem fixa do Imposto de Renda Pessoa Física e deverá ter uma estrutura enxuta. O mesmo poderá utilizar de recursos e equipamentos oriundos de contrabando (mediante leilão ou uso próprio) devidamente regularizados e com total transparência divulgada em website oficial.
– Reforma na CLT. Fim da multa do FGTS e opção de recolha do mesmo via banco privado com conta sob controle do funcionário sem impossibilidade de saque. Férias e 13° continuam da maneira que estão. O INSS poderá ser uniformizado em 15% de recolhimento e o governo deverá garantir o teto na aposentadoria, sem diminuições.
– Fim do pagamento de aposentadorias vitalícias para dependentes de militares com mais de 21 anos.
– Reforma política ampla: fim de reeleição para cargos legislativos. A carreira no legislativo deve ser exercida com um mandato em cada casa (câmara de vereadores, assembleia legislativa, congresso federal e senado), não havendo aposentadoria após este período mas com as contribuições valendo para a mesma. O legislador poderá se aposentar após o último mandato apenas se comprovar a quantidade de anos contribuída para a segurança social.
Fim de qualquer tipo de bonificação ou direito sobre gratuidade de serviços como hospedagem, veículo, viagem nacional sob qualquer hipótese (trabalho ou férias). Em caso de viagem ao exterior em comitiva, a mesma deverá ser divulgada em porta de transparência e a necessidade da mesma será julgada pelas instituições cabíveis. A hospedagem nestes países deverá ser obrigatoriamente em embaixadas, quando da existência das mesmas no local.
Fim do sigilo bancário do legislador no exato momento em que tomar posse. Ficam abertos os sigilos de parentes de primeiro grau e cônjuges.
A Receita Federal através de seus auditores farão o Imposto de Renda de todos os ocupantes de cargos legislativos e os dados serão analisados em conjunto com o novo Serviço de Inteligência da Polícia Federal. Legisladores que sejam também empresários deverão apresentar duas declarações separadas.
O quociente de representantes públicos nas casas legislativas de todo país deverão ser reconsiderados e severamente diminuídos.
A Lei “Cristovam Buarque” deve vigorar em regime de urgência: qualquer postulante a cargo legislativo público deverá abrir mão de saúde e educação (filhos) privada e utilizar apenas os serviços públicos.
– Fica expressamente proibida (sob o risco de impedimento) a participação de presidente em exercício do mandato em propaganda política de qualquer natureza para ajudar a eleger candidato de seu partido ou sua coligação a qualquer cargo executivo ou legislativo.
– A indicação de juízes do STF deverá respeitar eleição de 2 opções vindas da carreira do sistema judiciário e a votação deve ser feita através dos três poderes (cada um contando com um voto). Cada presidente da república deverá indicar apenas um juiz por mandato. Caso seja necessária a eleição de uma segunda ou terceira vagas, o local deve ficar sem preenchimento até que se mude o mandato presidencial.
– Fica abolido o Foro privilegiado de qualquer cargo público no país.
– Será considerado crime de responsabilidade de qualquer prefeito, governador ou presidente que gastar mais do que arrecada ou mesmo que deixe em caixa mais do que 10% da receita recolhida por impostos em sua esfera. Poupança deve ser feita pelo contribuinte através de menos impostos, não de alíquotas excessivas.

Fica aqui a minha contribuição para que possamos ter a certeza de nunca mais termos que passar pelo desgoverno e pela bagunça que estamos passando.

Quanto a uma outra idéia chamada parlamentarismo, deixemos pra mais adiante.

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Ideologia? Não quero uma pra viver! (I)

março 24, 2016

Costumo dizer que o Brasil encontra-se em uma época semelhante ao absolutismo europeu dos séculos XV e XVI (e até depois), como uma forma de justificar tanto a despreocupação da classe dominante política com seu povo, como a vassalaria desse mesmo povo que aceita o tolhimento de seus direitos assegurados por uma Carta Magna válida e vigente.

Talvez venha daí mesmo o início de um termo que já mais que provado, não deu certo. E para um povo sem a devida educação e fibra moral definidas pior ainda, pois cai em um terreno perigoso – assim como foi feito desde então em sociedades em pleno desenvolvimento filosófico, político e social.

Gosto de tratar a história como aprendizado e compreensão do que a humanidade deve ou não deve repetir no presente e no futuro. E embora razão e igualidade devam ser tratadas como certas, há ainda um bom pedaço da população mundial que as tratam como verdades imperativas e súbitas.

Destaquemos a ideologia por um momento. Melhor! Façamos um destrinchamento da pirâmide de Maslow, mas façamos isso internamente cada um de nós. Pra você que não conhece a teoria, imagine uma pirâmide da base ao topo, começando pela base:

> Necessidades fisiológicas básicas. Ok. Realmente é o mais básico do funcionamento do corpo humano e de como ele sobrevive ao planeta onde vive. Inclui alimentação, repouso, sexo. Não há o que mexer. Apenas foque na palavra SAÚDE.

> Necessidades de segurança. Aqui serve qualquer tipo de segurança. A que você usa para se abrigar da chuva, a que você usa para se alimentar, a que você usa para decidir quantos (e se) filhos terá, a que te faz proteger contra lutas e guerras, a que você usa para garantir o que há na base da pirâmide (tópico de cima). O foco claro, está na palavra SEGURANÇA.

> Necessidades Sociais. A vida em comunidade. Aqui é onde você interage com outras pessoas, o grupo social, família, amigos. Aqui começam a nascer as ideologias vigentes. O destaque vai para a palavra SOCIEDADE.

> Necessidade de auto-estima. Note que a pirâmide começa a funcionar. Aqui é onde o resultado de todas as camadas de baixo reflete no teu ser. A próxima camada só existe se essa camada existir. Daí começam a vir as postulações psicológicas, daqui se separam as IDEOLOGIAS.

> Necessidade de auto-realização. É o topo da pirâmide. Aqui cabem desafios mais complexos, mais ligados à evolução humana. Os grandes estudos, grandes desenvolvimentos, um grande envolvimento com todos os campos de estudo da humanidade – exatas, humanas e biológicas. Quando todas as camadas fluem na harmonia de cada um de nós, o resultado é a consolidação ideológica do ser humano. Quando essa fluência é carregada de um senso de correção e caráter, podemos chamá-la de FIBRA MORAL.
Percebeu um grande asterisco entre a terceira e a quinta camadas? Entre a palavra SOCIEDADE e a FIBRA MORAL?

Ali as IDEOLOGIAS vigentes se separam. Para um lado, a necessidade de segurança de uma parte da sociedade, do outro a necessidade social da outra parte da sociedade.

É nesse momento que o ser humano tem se perdido.

(continua…)

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Ideologia? Não quero uma pra viver! (II)

março 24, 2016

[Dividi esse post em dois devido ao tamanho, sugiro ler a parte anterior caso você chegue aqui primeiro]

É notável que uma ideologia tem um aspecto dominante sobre a fibra moral de cada um. Em sociedades do século XV, antes e a partir de. Algumas seguem, outras têm sua derrocada e ficam pelos cantos da história do mundo. Vez ou outra, elas reaparecem e causam qualquer barulho – outras vezes não causam nenhum barulho e se esvaem de vez.

Na sociedade brasileira atual, cada vez mais mergulhamos em um caos social criado por uma ideologia como em uma batalha infindável contra outra ideologia (se é que podemos chamar assim). Estou falando sobre socialismo e capitalismo e agora, dando nome aos bois você compreenderá o que eu quis dizer.

Escrutinando total e profundamente a ideologia socialista e seus autores (assim como fizemos com Maslow), “no frigir dos ovos” ela prega um mundo igualitário em oportunidades para todos. Liberté, Egalité, Fraternité como diz a Carta Magna francesa. Chega a ser chata de tão linda e perfeita. Mas no âmago prático não funciona.

Não funciona primeiro porque a igualdade na sociedade mundial, para funcionar demanda a distribuição total da renda de todos no planeta igualmente entre si. Não funciona porque ela releva toda força de trabalho, toda especialização, clima, posicionamento dos recursos naturais e seu valor, reservas destes recursos em cada país, fronteirização mundial, religião e uma série de outras coisas pelas quais o mundo não está preparado ainda. Exemplo rápido e prático: peça a um comunista para estabelecer o socialismo no Afeganistão ou na Arábia Saudita. Não vai funcionar.

Poderia ir muito mais além para infelicidade de muitos que seguem essa ideologia – e até os que são totalmente contrários, afinal quem não quer viver num mundo mais justo. Melhor perguntando: num PLANETA mais justo.

Não vou muito mais longe. Mas vou olhar pra trás na história do mundo e através dela resgatar uma palavra: Evolução.

Perceba que a distruição de algo chamado renda, só pode ocorrer quando há renda. E em um mundo de sete BILHÕES de pessoas, há que ter muita renda.

Veja também, que os pilares da ideologia socialista/comunista que pregam essa igualdade, concentram poder e dinheiro em suas mãos, mas nunca sequer acenam para a distribuição dele.

Já os grandes bilionários do mundo, despejam dinheiro em causas sociais, educacionais e científicas em busca de um mundo cada vez mais civilizado e evoluído.

Vou parar por aqui porque a conclusão fica muito óbvia neste momento onde carregam-se bandeiras e luta-se por um ideal longínqüo (infelizmente) e distante do que qualquer profeta a mais de dois mil anos atrás ousou tentar ensinar.

Vamos deixar pra trás qualquer ideologia e trabalhar rumo à evolução de nossa sociedade, sem precisar guerrear com ninguém por algo que está fadado ao fracasso.

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A compaixão do mito caído

março 18, 2016

Em um país de democracia recente – talvez não tão recente assim – já houve espaço para repetir mais uma vez o passado. Me parece que a história do Brasil ou a história do mundo não servem de objeto de aprendizado para a civilização brasileira do século 21.

Quando falo em aprender com a história, quero ir por dois fatos: o populismo nacional desastrado da metade do século passado no Brasil e o falho sistema comunista implementado (e já esquecido) pelo leste europeu pós 1a Guerra Mundial.

Mas não vou tratar disso aqui, foi só um posicionamento sobre o que vem daqui pra baixo.

Considerando uma democracia não tão recente, deveríamos como povo deste país ter um olhar mais próximo de unidade do que de divisão. Não vou cair na armadilha de colocar o termo “classes”, pois ele tem apenas o objetivo de incrementar essa divisão.

Estamos desde 2002 dentro de outra armadilha. E por ela que estamos nos degladiando já a um bom tempo.

O regime democrático – pelo qual tanta gente lutou, e tanta gente fingiu que lutou – que conseguimos depois de 1985, deveria ser focado em apenas uma única coisa: a população brasileira. Veja: os problemas que tínhamos eram: miséria, inflação exagerada, nenhuma força econômica mundial, cultura mal explorada, saúde enferrujada e corrupção.

Por mais de trinta anos, deveríamos ter cuidado desses aspectos. Cuidamos de alguns totalmente, cuidamos de outros pela metade e deixamos de cuidar do problema principal.

Por mais de trinta anos, como uma força centrífuga fomos nos afastando do processo democrático e trocamos isso (agora sim) pela falácia da luta de classes.

Não fomos capazes de compreender um sistema democrático com alternância de poder, e para garantir que não houvesse aparelhamos o Estado, compramos votos, vendamos a justiça, subornamos os adversários e cegamos as universidades federais.

[Em tempo, note que o plural é um posicionamento de responsabilidade coletiva]

Chegamos a um tempo onde muita coisa que estava ‘nas sombras’ veio à tona. O desmoronamento de um mito criado nos últimos 45 anos por um conjunto de instituições (que hoje comprovam a base dos manifestos de defesa deste mito) causou além de espanto, uma reveladora conjunção de reações que colocam o regime democrático em perigo.

Quiçá por algum motivo, tal mito ‘caia na real’ e perceba que a destruição do regime democrático deverá ser tão mortal a ele e seus seguidores quanto aos milhares que hoje são oposição nas ruas.

Seria muito bom que o ex-presidente (em exercício) usasse um pouco da inteligência presente nas universidades federais e um pouco da compaixão existente nas dioceses católicas que lhe forjaram, evitando a maléfica ‘luta de classes’.

Afinal, a crise que estamos passando só se agravará mais e mais apenas para garantir mais 20 meses de governo. Porque a continuidade me parece tão improvável quanto a sobrevivência do comunismo no mundo.