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Mais amor, por favor.

março 15, 2019

snzwpMuita gente sabe meu sentimento com relação à Nova Zelândia. Sou ‘embaixador’ desde que voltei e nunca escondi minha paixão por aquela terra e sua gente.

Creio que tem um monte de pessoas que me seguem aguardando algumas palavras a respeito. E aqui, eu encontrei uma oportunidade muito grande de discutir um outro problema: o mimimie a evolução da sociedade mundial.

Sempre fui de pensar muito antes de escrever qualquer coisa, me manifestar com relação a algo, ponderar tranquilamente e vislumbrar debates que poderia ocasionar. E mesmo assim (meus amigos mais íntimos podem confirmar) já falei muita besteira.

Nestas minhas ponderações, imaginei manifestar-me com relação ao assunto: um país a mais de 10 mil milhas distante de casa, pessoas que não vivem meu dia a dia e nem eu vivo o dia dia delas (embora me esforce para fazê-lo). Logo imaginei o mimimi em minha timeline: “não vai falar nada da tragédia em Suzano?” ou “e Brumadinho, como fica?” ou talvez “e a chuva em São Paulo, nada?”…

É claro que cada uma destas tragédias traz o melhor de nós – caso você não seja um filho da puta egocêntrico supremacista nojento – e é claro que me peguei imensamente chateado por tudo isso.

Mas esse texto pode provar como será a sociedade no futuro. A evolução do NÓS vs ELES, a segregação do branco classe média baixa b2 versus o descendente de 8o grau centro-africano da etnia iorubá versus x pessoax do sexo x antigo sexo XY menx womanx e tal, todos no mesmo balaio, todos com 2 pernas, 2 braços, homo sapiens, com a mesma capacidade de integração, porém a mesma vontade de separação. Falta-nos enxergar a involução humana nos últimos 70 anos, dos baby boomers aos milennials, passando pela turma X, Y, Z e agora a mais mimizenta de todas – aquela que luta a luta de uma muito específica parte da população mundial em detrimento a todo o resto.

Por essas e por outras, hoje eu não posso externar meu descontentamento com alguns idiotas (esses bem generalizados, pois tem no mundo todo: na Síria, na Rocinha, na Nova Zelândia, no Texas e em Suzano) que optaram por tirar a vida de alguém só porque no cerebrozinho segregado deles, só o que eles acreditam é que é bom, válido e dá direito a vida. Ou porquê são loucos mesmo e ninguém os percebe.

Perceberam o que eu fiz?

A luta deve ser de todos, quando você impôe força à minorias cada vez mais segregadas pela ‘nova sociedade mundial’, você não está ajudando a uma minoria específica. Parece bonito, mas lá na frente tem uma outra minoria disposta a ir além do diálogo pra se impor sobre a sua luta.

E infelizmente, só tem um futuro: o ódio e a guerra.

Em tempo: Kia Kaha, Aotearoa!

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